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Somente R$ 153 milhões foram solicitados do montante de R$ 610 milhões ofertados no País em agosto
Luciana Rebouças
Apesar da disponibilidade de crédito de R$ 610 milhões para os microempreendedores em todo o País, apenas 25% deste valor é contratado, chegando a R$ 153 milhões em empréstimos, como demonstra os dados do Banco Central do Brasil (BC) de agosto deste ano. A situação na Bahia não é diferente. Entre as instituições que realizam este microcrédito, apenas o Banco do Nordeste expandiu o investimento no Estado,com um aumento de 10% nos investimentos.
A Caixa Econômica Federal e o Desenbahia tiveram uma redução de 5% no valor aplicado. A soma dos valores emprestados por estas instituiçõesnão ultrapassaos R$ 135 milhões de janeiro a setembro deste ano.
Esta sobra de crédito é apontada pelos especialistas das instituições bancárias como falta de informação dos microempreendedores.
Quem conhece, leva vantagem, como pouca burocracia e juros mais baixos para a expansão dos negócios. Este foi o caso de Verônica Lemos, artesã, que pegou R$ 2 mil junto ao Desenbahia visando à expansão dos seus negócios para o verão 2010. “Com este capital, consegui expandir em mais de 60% a produção”.
Para fugir da partemais burocrática, a necessidade de um avalista com comprovante de renda, Verônica formou um grupo com mais três pessoas e fecharam negócio. “Os juros foramde 1,5%,e, pela faltade conhecimento,quasefechar negócio com uma instituição que cobrava 4% ao mês”, acrescenta Verônica.
Pouca expansão Tanto a Caixa Econômica quanto o Desenbahia não conseguiram expandir seus investimentos até setembro deste ano, se comparado ao mesmo período doano passado.
O Desenbahia fechou setembro com R$ 11,5 milhões fornecidos para o microempreendedor.
“Com a mudança de prefeitos em algumas cidades no início do ano, as movimentações no interior são prejudicadas”, explica Marcelo Mesquita, gerente de microfinanças do Desenbahia. Ele acrescenta que este valor chega a 163 municípios do Estado, mas que a agência também disponibilizou R$ 2,5 milhões para outras instituições aplicarem no microcrédito.
Os empreendedores informais, como feirantes, sacoleiros, cabeleireiros e outras profissionais, podem pegar um empréstimo inicial no valor de R$ 1 mil, a taxa de 1,8% ao mês. Já nos outros empréstimos , pagam uma taxa de 1,5%, podendo chegar a até R$ 10 mil, uma expansão recente do Desenbahia que trabalhava com o limite de R$ 5 mil.
Comparada a taxa média do empréstimo pessoal, de 5,21% ao mês, divulgada pelo Procon-SP, e ao crédito direto ao consumidor (CDC), que está em média de 2,6% ao mês segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, o microcrédito se mostra vantajoso no Desenbahia.
Já na Caixa o microcrédito está com juros de 3,9% ao mês, maisaltoque outraslinhasde crédito. O Banco do Nordeste (BNB) divulgou que cobra juros a partir de 1,32% até empréstimos de R$ 1 mil.
No ano passado, o BNB havia investido na Bahia R$ 122 milhões no microcrédito, mas já alcançou R$ 120 milhões em setembro deste ano.
“Historicamente, a Bahia tinha um desempenho baixo.
Mas sabemos que é o mercado com melhor potencial de crescimento. Esperamos crescer 10% este ano, mas nossa meta é alcançar os 20% de crescimento”, informa Marcelo Teixeira, gerente do ambiente de microfinanças urbanas do BNB.
Já Maria José, porta-voz da organização não-governamental Moradia e Cidadania, que faz o repasse do microcrédito fornecido pela Caixa, justifica que a diminuição do valor em empréstimo no Estado foi fomentada pelo número de inadimplentes nos cadastros de proteção ao crédito. “A Caixa tem bastante recurso, nãoé uma faltadecrédito disponível.
Gostaríamos éque tivessem ainda mais clientes”, reforça Maria.
Em todas as instituições, é preciso que o interessado leve carteira de identidade, CPF e comprovante de residência.
Ele também não pode ter o nome sujo e será avaliado por um agente de crédito.
Fonte: A Tarde
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