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Boom na economia do Rio gera mais empregos e se deve à nova categoria de empreendedores individuais, que já conta com 17.504 registros. Número de microempresas em setembro supera expectativa do Sebrae-RJ para todo o ano
TAMARA MENEZES
O vendedor de lanches Wellington Sena, 48 anos, é um dos novos empresários fluminenses. Como ele, outras 8.641 pessoas abriram firmas em setembro. O número é o maior dos últimos 11 anos — 277% acima do que setembro do ano passado. A criação de empresas bateu recordes em agosto e setembro no Rio. Responsável pelo boom, a nova categoria de empreendedor individual já tem 17.504 registrados no estado. O total de microempreendedores ultrapassou a meta estipulada pelo Sebrae-RJ para todo este ano.
Antes de vender lanches no porta-malas de sua van no Engenho do Mato, em Niterói, Wellington foi bombeiro hidráulico, trabalhou na construção civil e também levou passageiros. Apesar de trabalhar desde os 12 anos, nunca teve carteira assinada e agora se prepara para virar patrão. “Fazendo o registro, vou pagar INSS, ter aposentadoria. Vou poder dar alguma segurança à minha esposa. Vai ser bom estar legalizado”, acredita ele.
Para Valéria Gaspar, secretária-geral da Junta Comercial do Rio (Jucerja), a explosão se deve ao grande número de informais no Rio e à terceirização crescente. “Quem se cadastra não são pessoas que estão entrando no mercado agora. Eles já trabalhavam na informalidade ou dentro de empresas pequenas, desenvolvendo atividades dentro de outros negócios”, avalia.
O superintendente do Sebrae-RJ, Sergio Malta, aposta que a redução da burocracia e o corte no ICMS para pequenas empresas contribuíram para cenário favorável. Em 2005, metade das empresas fechava em até três anos. “No passado era mais difícil abrir e manter empresa. Agora, pequenos empresários e microempreendedores têm várias facilidades”, resume.
“O aumento na abertura de empresas é bom porque gera empregos. Se eu crescer do jeito que estou acreditando, vou contratar um ajudante e fazer questão de assinar carteira para ele também ter seus direitos. Empregado registrado trabalha melhor do que os outros”, observa Wellington.
Desafio é continuar com portas abertas
Quanto mais empresas abertas, melhor para a economia, pois as firmas pagam impostos, empregam e ampliam a oferta de produtos e serviços à população. “A dificuldade maior é mantê-las vivas. Os tributos são altos e a legislação tem uma série de obrigações, mas o empreendedor individual tem tudo isso simplificado, então consegue diluir os gastos e deveres”, diz Valéria Gaspar, da Jucerja. Malta, do Sebrae-RJ, avalia que a sobrevivência ficou mais fácil com as novas regras.
Em agosto, 6.108 empresas foram abertas no estado, 44% mais que em julho e 101% acima do mesmo mês de 2008. Este ano, o total de empresas constituídas já chega a 35.941, contra 28.351 no mesmo período de 2008, incluindo empreendedores individuais.
Fonte: Jornal O Dia Online
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