segunda-feira, 17 de maio de 2010

Chaveiro se legaliza e realiza sonho de 20 anos

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Hamilton Fraga, de Eunápolis, aderiu ao Empreendedor Individual e agora só pensa em expandir os negócios

Débora Vicentini

Débora Vicentini

Hamilton Fraga, 53 anos, resolveu enfim abrir as portas de uma vida melhor

Salvador
- Depois de 21 anos na informalidade, Hamilton Fraga, 53 anos, chaveiro de Eunápolis, no sul da Bahia, resolveu enfim abrir as portas de uma vida melhor e com mais segurança. Ele é mais um dos milhares de trabalhadores por conta própria que resolveram aderir ao programa Empreendedor Individual, e agora só pensa em expandir os negócios. Além de ter a felicidade de assinar a carteira de trabalho do seu antigo ajudante.

Agora que possui CNPJ e pode emitir notas fiscais, Hamilton vai colocar em prática um velho sonho: o pequeno ponto de chaves onde trabalha numa das ruas mais movimentadas do Centro de Eunápolis vai se transferir para um loja. “Estou otimista quanto ao futuro. Quero expandir meu negócio”.

Além de fazer cópias de chaves, Hamilton quer trabalhar com alicates, tesouras, cadeados, fechaduras e artigos para manicures. “Vou suprir a demanda de acessórios para chaveiros, vender coisas que não podia antes porque não tinha cadastro, não podia pegar crédito”, conta ele. O chaveiro diz ainda que os clientes já estão dando apoio ao novo empreendimento. “Agora tenho perspectiva. Agora me sinto como se tivesse uma identidade. Agora nossa profissão é reconhecida”.

Hamilton saiu de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em 1979, para trabalhar nas Casas Pernambucas em Eunápolis, onde foi gerente de loja até 1981. Era a época das madeireiras e a cidade estava em plena expansão. Apesar de ter saído de uma região completamente diferente, ele se adaptou perfeitamente à Bahia, tanto que logo casou e formou família.

Com o aumento das responsabilidades logo veio o desejo de trabalhar por conta própria. Arrendou hotel e foi dono de lanchonete – inclusive foi um dos fundadores da Câmara de Dirigentes Lojistas local – mas foi mesmo no ofício de chaveiro que ele se realizou. “Sou feliz com o que eu faço. Criei meus dois filhos, dei estudo superior a eles, tenho casa própria. Tudo isso só com a inscrição municipal”, revela.

Hamilton só recolheu INSS na época de funcionário das Casas Pernambucas e quando teve a lanchonete. Só agora, décadas depois, ele volta a contribuir para o benefício. “Agora me sinto mais seguro, pois trabalho com ferramentas perigosas. Sinto que tenho a quem recorrer em caso de necessidade. Outro fator que levou o chaveiro a se regularizar foi o fato de ter um ajudante há seis anos e não poder assinar a Carteira de Trabalho dele. “Uma das maiores alegrias da minha vida foi poder chegar pra ele e dizer: ‘Me dá sua carteira que eu vou assinar’. Imagine a alegria desse menino”.

Serviço:

Sebrae na Bahia - (71) 3320-4404

Fonte: Agência Sebrae

 

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