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“Parecia que eu não existia, não valia nada. E, pior, quando dizia onde era a minha casa, me sentia como um bicho", diz Andréia Miranda, hoje empreendedora individual
Regina Mamede
Rio de Janeiro - Invisibilidade. Uma única palavra que define toda uma história de vida. O tom suave com que é dita não combina com a dureza do conceito. Mas Andréia Miranda é precisa e objetiva. Moradora da comunidade Santa Marta, zona sul carioca, ela aprendeu muito cedo o que significa o preconceito. “Nem conseguia abrir conta
O morro foi o primeiro a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), em dezembro de 2008. Na esteira da pacificação, Andréia se reinventou. Altiva, apenas sorri quando fala do passado. Agora, está mais preocupada com o próprio negócio.
Empreendedora nata, aos 30 anos, é dona do barzinho ‘Boteco da Tiana’, administrado pelo marido, tem uma barraca na feira local de salgadinhos e vende camisetas e bolsas com imagens ícones do morro. “Vi a oportunidade de negócios porque os gringos vinham aqui e não tinha nada para comprar. Vendo mais de cem unidades por mês. Já consegui até quitar minha casa. Foi um alívio!".
O registro como Empreendedora Individual foi uma das primeiras providências que Andréia tomou. Quando conquistou o número do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), se sentiu como cidadã. “Hoje, sou empresária. Tenho conta em banco como pessoa jurídica e cartão de crédito”, orgulha-se.
Compras diretas do fornecedor, custos mais baixos e máquina de cartão de crédito e débito, para facilitar as vendas no bar e das camisetas são algumas das vantagens que a formalização lhe trouxe. Como presidente da Associação Comercial do Santa Marta, ela conta que muitos comerciantes a procuram em busca de orientação para seguir o mesmo caminho.
Enquanto mostra a comunidade, para na praça central e, por longos minutos, acompanha a instalação de um caixa eletrônico, nota-se nos olhos dela o reflexo do mesmo sentimento do grupo que também interrompeu suas atividades diárias para acompanhar esse trabalho. Poder sacar dinheiro num local antes dominado pela criminalidade estava muito além da imaginação de qualquer um deles. Este é apenas um exemplo das mudanças que vieram na esteira da pacificação.
“Todo mundo gosta de ser respeitado e de viver
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Andréia Miranda
Fonte: Agência Sebrae
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