quinta-feira, 8 de julho de 2010

Empreendedor Individual salva negócio da falência

Notícias

É o que conta, em Brasília, Adalberto Oliveira dos Santos, que depois de um ano da formalização comemora aumento de 25% nos lucros

Dilma Tavares

Davi Zocoli

Adalberto Oliveira dos Santos comemora a formalização do seu negócio em Brasília

Brasília - Conhecido como o primeiro Empreendedor Individual do País, formalizado dia 1° de julho de 2009, quando a nova figura jurídica entrou em vigor, o acreano Adalberto Oliveira dos Santos vende bijuterias na Feira dos Importados, em Brasília. Ele comemora os resultados da formalização: crédito junto aos fornecedores, financiamento para capital de giro, ampliação do estoque e das vendas e aumento médio de 25% nos lucros. A formalidade ainda permitiu a Adalberto comprovar renda e financiar um apartamento.

São resultados importantes para quem estava prestes a encerrar o negócio, o que só não fez porque o Empreendedor Individual lhe deu novas esperanças, confirmadas com os resultados já alcançados. “Isso está abrindo as portas. Você vê a diferença na minha loja cheia de mercadoria. Só o crescimento das vendas do Natal de 2008 para o Natal de 2009 foi de uns 30%”.

Adalberto virou até conselheiro de quem quer se formalizar e garante que vem ajudando a legalizar a situação de vários companheiros. “Tem gente vindo direto na minha loja, para saber se é bom mesmo virar Empreendedor Individual e como eu consegui. Eu mostro as vantagens, oriento como fazer e até já levei alguns para se registrar. Mas lembro que formalizar ajuda, mas também tem que saber trabalhar”.

Motorista de caminhão e com curso de vigilante para transporte de valores, após morar no Amazonas e no Mato Grosso do Sul, Adalberto conta que chegou a Brasília em outubro de 2008 a procura de um salário melhor. Sem conseguir trabalho, ele investiu o dinheiro da rescisão do contrato de trabalho e da venda de um terreno que tinha no Acre para atuar no comércio de bijuterias na Feira dos Importados.

A movimentação de véspera de Natal de 2008 o deixou empolgado. Mas chegou janeiro e a clientela praticamente sumiu. O empreendedor percebeu outro problema: como trabalhava na informalidade, precisava viajar para buscar mercadorias, normalmente em São Paulo, porque os fornecedores não enviavam os produtos sem que ele tivesse uma empresa formal, com o devido registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). As despesas com viagens se somavam ao valor do aluguel do ponto e à falta de financiamento, dificultando a sobrevivência do negócio.

Boa nova

Para se manter no mercado, Adalberto tentou abrir formalmente sua empresa. Mas os valores das taxas e tributos ficavam longe do seu alcance. Procurou no Sebrae informações sobre uma forma menos dispendiosa de abrir um negócio. Caso contrário, teria que fechar sua atividade. Foi quando uma atendente lhe contou que havia um projeto no Congresso Nacional criando o Empreendedor Individual, uma forma simples e mais acessível para a formalização e que ele se encaixava no perfil do público-alvo desse benefício.

Adalberto decidiu esperar e, no mesmo dia em que o mecanismo entrou em vigor, em 1º de julho de 2009, se formalizou. “No começo achei tão bom que até duvidei. Só acreditei quando vi o CNPJ na minha mão, sem pagar nada!”, conta. Um dos principais interesses de Adalberto na formalização, além do CNPJ, era crédito, já que não conseguia empréstimo sem empresa legalizada nem garantia. “Consegui financiamento e os juros são os menores que já vi”.

O empresário também conquistou direito a talão de cheques e, com eles, consegue prazos para pagamento junto aos fornecedores. A maior prova da vantagem de ter um CNPJ aparece nas viagens que faz à São Paulo para comprar mercadorias. “Você chega lá como empresa, vai ganhando confiança e conseguindo prazo para pagamento”, explica.

O sonho é se tornar um grande empresário. Para isso Adalberto elegeu metas como investimento em mercadorias, economizar para comprar o próprio ponto e procurar orientação do Sebrae para melhorar o negócio. “O interesse é meu, a gente fica sabendo onde está errando e como acertar”, explica.

O Empreendedor Individual possibilita a formalização de empreendedores por conta própria com receita bruta anual de até R$ 36 mil, como os ambulantes e tantos outros trabalhadores por conta própria. O público-alvo são os mais de 10 milhões de empreendedores informais no País. A formalização é gratuita, via internet, no Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br). O custo da formalização é uma taxa fixa mensal de R$ 56,10 mais R$ 1,00 de ICMS (indústria ou comércio) ou R$ 5,00 (serviço). Entre os benefícios contam-se o registro no CNPJ, crédito diferenciado, emissão de nota fiscal e garantia cobertura da Previdência Social, como aposentadoria.

Adalberto é um dos 408.855 empreendedores que já formalizaram suas atividades até esta quarta-feira (7). Aos 35 anos e com recolhimento para o INSS ao longo dos nove anos em que trabalhou com carteira assinada, ele admite que a cobertura previdenciária era uma das suas preocupações. “Quem não é empregado não tem FGTS nem seguro desemprego”, exemplifica. Para ele, essa é uma preocupação superada. “A gente se sente mais seguro”, resume.

Serviço:
Agência Sebrae de Notícias - (61) 2107-9106 e 2107-9106
www.agenciasebrae.com.br
Central de Relacionamento Sebrae – 0800-570-0800

Fonte: Agência Sebrae

 

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