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Diário do Comércio-SP
Os 60 agentes selecionados pela Facesp vão orientar potenciais microempreendedores sobre a legalização e seus benefícios. |
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O programa do Microempreendedor Individual (MEI) ganha um forte impulso a partir deste mês com a chegada de um novo personagem, o Agente de Formalização. Ao todo serão 60 agentes, espalhados pelas várias regiões da cidade de São Paulo, que vão buscar potenciais MEIs e na efetiva formalização desses. Atualmente, na Capital paulista, existem aproximadamente 54 mil profissionais operando como MEI.
A meta dos agentes será incorporar a essa massa mais 50 mil MEIs formalizados nos próximos 12 meses. Todo o trabalho dos agentes, assim como o procedimento de formalização, é gratuito para os candidatos a Microempreendedor Individual.
Essa nova etapa do programa é fruto de uma parceria entre a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae-SP), o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP) e os governos municipal e estadual.
Benefícios - Os agentes vão captar trabalhadores que - ou por receio de se legalizar, ou por não terem acesso aos meios que os levem à formalização - deixam de aproveitar as vantagens de atuar como MEI. Entre esses benefícios destacam-se o acesso ao crédito, ao plano de previdência, além da possibilidade de emitir nota fiscal.
"Há pelo menos 1,1 milhão de informais
Os Agentes de Formalização sairão à campo munidos com netbooks para legalizar o trabalhador instantaneamente, onde quer que estejam. Das 468 ocupações abraçadas pelo programa do MEI, cerca de 80% delas permitem que o candidato seja formalizado após uma breve consulta online sobre a possibilidade de executar atividade comercial no endereço pretendido. Apenas 20% das atividades devem cumprir alguma exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou obter Licença de Funcionamento junto à Prefeitura.
As 15 distritais da ACSP funcionarão como pontos de apoioaos agentes. Mas eles atuarão nas ruas, captando potenciais empreendedores nas subprefeituras, nas tendas do Sebrae-SP e em qualquer ponto onde normalmente o candidato a MEI vai para receber orientação sobre a formalização. "Com os agentes, além da orientação, os empreendedores poderão ser formalizados in loco se quiserem", diz dos Anjos.
Simples - Os agentes foram selecionados pela Facesp após análise de 500 currículos. Houve preferência por técnicos
Paulo Tadeu Peres, outro agente, destaca a interação entre o Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br), onde o MEI se formaliza, e o site da Facesp. "No treinamento que tivemos tomei conhecimento dessa interação. O site da Facesp traz a lista das atividades permitidas para o MEI e as obrigações legais que cada uma delas necessita para que seja executada legalmente. Isso facilita o processo de formalização", diz Peres.
As entidades envolvidas na criação dos Agentes de Formalização vão realizar 48 eventos de sensibilização nos próximos 12 meses na Capital para promover a figura do MEI. Neles serão convocados moradores de vários bairros que receberão esclarecimentos sobre o assunto. "Com esses eventos pretendemos mostrar as vantagens que o trabalhador informal tem ao tornar-se um MEI e, a partir daí, estimulá-lo a formalizar-se por conta própria ou por meio dos nossos agentes", afirma dos Anjos. Segundo ele, os Agentes de Formalização começam a atuar logo após o carnaval.
Um milhão devem ser legalizados neste mês
Até a metade do mês de março, o Brasil terá 1 milhão de Microempreendedores Individuais (MEIs) cadastrados. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que administra o programa no âmbito federal, ao final de janeiro existiam 891.036 autônomos cadastrados como MEI.
São Paulo é o estado com maior número de adesões, 181.583, sendo que aproximadamente 30% desse montante condiz com os MEIs cadastrados na Capital paulista, que totalizam cerca de 54 mil.
As atividades com destaque em número de cadastrados são comércio varejista de vestuário e acessórios, com 92.784 cadastramentos até a data apurada pelo MDIC, cabeleireiros, com 67.136, e minimercados, mercearias e armazéns, com 28.646.
Para se tornar um MEI, o interessado deve faturar no máximo R$ 36 mil por ano, pode possuir até um empregado e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. A formalização do empreendedor é feita, gratuitamente, no site www.portaldoempreendedor.gov.br.
A vantagem de se tornar um MEI é a isenção de praticamente todos os tributos. Ele paga somente uma taxa mensal de 11% do salário-mínimo vigente a título de contribuição previdenciária ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Além disso, recolhe apenas R$ 1 de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) ou R$ 5 de Imposto Sobre Serviços (ISS), conforme a atividade. Em suma, o valor máximo a ser pago é de R$ 62,10.
Além disso, o MEI tem os benefícios previdenciários, como aposentadoria por invalidez, auxílio-doença e salário-maternidade. O empreendedores individual também poderá se aposentar por idade, após 15 anos de contribuição.
Proposta de Afif
O projeto do Microempreendedor Individual (MEI) foi idealizado há seis anos pelo vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, quando presidia a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A proposta era criar um mecanismo que facilitasse a formalização dos mais de 10 milhões de trabalhadores informais existentes no País. Anos mais tarde, a figura jurídica do MEI foi instituída pela Lei Complementar nº 128, de dezembro de 2008. O programa do Microempreendedor Individual entrou em vigor em 1º de julho de 2009.
Aprimoramento - Desde então, o programa passou por várias inovações. As principais foram as simplificações no Portal do Empreendedor (www.portaldo empreendedor.gov.br), onde é feito o cadastramento dos candidatos a MEI, com o intuito de facilitar a sua formalização.
O próximo passo será aumentar a interação entre o Portal do Empreendedor, administrado pelo governo federal, e os sistemas das prefeituras brasileiras, onde o MEI obtém informações sobre as exigências legais para atuar, como, por exemplo, quais são as atividades que demandam a liberação de licença de funcionamento. Com essa interação acredita-se que a aumentará a velocidade das formalizações.
Fonte: Agência Sebrae
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